1. Produção agropecuária no ciclo do
açúcar
Ocupação portuguesa no sec. XVI baseou-se no sistema de
Capitanias Hereditárias na faixa litorânea do Nordeste com o extrativismo
vegetal (pau-brasil) e a cana-de-açúcar; utilizando a mão de obra escrava,
primeiro dos índios e após africanos. No Agreste produziam-se alimentos e no
Sertão criava-se gado (carne, couro e força motriz).
2. Produção agropecuária no ciclo do
ouro
Com a descoberta de ouro e pedras preciosas no atual estado
de Minas Gerais o governo português deixou de lado a produção de cana-de-açúcar
e de alimentos. Para levar estes gêneros às minas, criou-se uma nova profissão:
os Tropeiros, que na sua rota deram origem a diversos núcleos urbanos, bem como
a produção dos gêneros alimentícios deslocaram para outros locais como o
Centro-Oeste e a produção de mulas e couro no Rio Grande do Sul.
3. Produção agropecuária no ciclo do
café:
O cultivo do café começou no Rio de Janeiro no sec. XIX e
logo estendeu-se para MG, ES e SP. No princípio foi desenvolvida no sistema de plantation com a utilização de mão de
obra escrava. Com a Lei Áurea, foi incentivada a vinda de colonos europeus,
sobretudo alemães e italianos, para substituir o trabalho escravo, o que,
devido a baixa qualidade de vida e o trabalho praticamente escravo destes
colonos, os governos da Itália e Alemanha proibiram a vinda de mais colonos
para o Sudeste brasileiro, só permitindo a vinda dos mesmos, muito tempo
depois, apenas para a Região Sul, já que receberam propriedades para ocupar
esta região.
Também no início do sec. XIX desenvolveu-se a extração de
borracha na Amazônia, que chegou a representar 80% da produção mundial.
4. Agricultura comercial
No sec. XX, o Brasil se insere na Segunda Revolução
Industrial e, paralelamente, desenvolve-se a agricultura comercial moderna (uso
de novas tecnologias e equipamentos) e começa a surgir o agronegócio (ou agrobusiness ou ainda agropecuária capitalista) com
a produção intensa e a propriedade das terras por empresas rurais. Como exemplo
dessa nova agricultura pode-se citar: soja, café, carne, arroz e suco entre
outros.
Segundo a FAO, em 2010, o Brasil estava entre os maiores
produtores de feijão, milho, mandioca e o maior produtor mundial de álcool
combustível.
5. Estrutura fundiária
6. Reforma agrária e movimentos sociais
rurais
Em 1970 foi criado o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA), tido como uma contradição uma vez que o governo
militar da época só incentivou culturas de exportações e a migração para a
Amazônia em vez de tratar da reforma da estrutura fundiária do país,
favorecendo apenas aos latifundiários do país. Em 1987 o INCRA foi extinto e
reaberto pelo Congresso Nacional em 1989.
A partir da década de 1950 surgiram movimentos sociais rurais
que contestam as desigualdades sociais e a concentração de terras no país como
as Ligas Camponesas no Nordeste e atualmente o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem-Terra (MST). Em 1960 esses movimentos ganharam força e foram
apoiados pelo presidente João Goulart o que foi um dos motivos para o golpe
militar de 1964.
No Brasil, a reforma agrária é uma intervenção do Estado na
propriedade privada, por meio da desapropriação e da indenização (Constituição
Federal, 1988). Só podem ser desapropriadas propriedades rurais que não
alcançam um mínimo de rendimento por hectare, variável por estado ou região.
7. Glossário
Estrutura
Fundiária: tamanho
da propriedade rural que pode ser pequena, média ou grande.
Terra
improdutiva: terras
que não produzem o mínimo exigido para o estado ou região.
Sesmaria: regime em que o sesmeiro tinha o
direito de posse e o dever de produzir nas terras da coroa, em troca do
pagamento de impostos sobre a produção.
Terra
devoluta: terra
pública localizada nas faixas de fronteira e do Distrito Federal e às
quais não se aplica qualquer uso público
(federal, estadual e municipal) ou que não se encontram, por título legítimo,
na posse ou domínio particular de alguém.
Fronteira
agropecuária: limite
entre as terras ocupadas economicamente
e as que estão em processo de ocupação.
Grileiro: pessoa que, sem possuir
documentação legal de terras alheias (públicas e provadas) consegue a posse de
terras por meio de falsas escrituras de propriedade.
Posseiro: pequeno agricultor que tem a posse
de pequenas áreas de terras devolutas ou improdutivas, mas nãopossui título da
terra.
Commodity
agropecuária:
mercadoria agropecuária, isto é, produto agropecuário comercializado
mundialmente, geralmente em bolsas de mercadorias.
Assentamento: refere-se não só a regularização da
posse ou propriedade da terra a trabalhadores rurais, mas também à implantação
de um conjunto de instrumentos e equipamentos necessários à produção rural.
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