segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Industrialização Brasileira

A industrialização brasileira é tardia ou recente, pois começa de fato só a partir do século XX, e, deve-se a fatores histórico-geográficos externos, como as guerras mundiais e as crises econômicas ocorridas.
O processo da industrialização de nosso país estabelece o seguinte processo:
a.        Período colonial: metrópole portuguesa não aceita a criação de manufaturas que devem ser importados dos Estados Unidos e da Europa, principalmente da Inglaterra., mas, em 1850 existiam duas fábricas de tecido, 10 de alimentos, duas de caixas e caixões, cinco metalúrgicas e sete químicas.
b.        1865 a 1888: acontece o primeiro surto industrial financiado pelos cafeicultores, principalmente no estado de São Paulo, aproveitando a abolição da escravatura e da vinda de migrantes europeus (aumento do mercado consumidor e da mão de obra), com o desenvolvimento da indústria têxtil, calçados, bebidas entre outras.
c.        Século XX: durante a Primeira Guerra Mundial as potências dirigem sua produção para a indústria bélica, possibilitando ao Brasil (e outros países subdesenvolvidos) a produzir bens necessários para seu mercado interno e alguma exportação até o final do conflito.
A partir de 1919/1920 são instaladas no país diversas empresas montadoras de veículos (Ford, Fiat, Alfa-Romeu...)
De 1930 a 1953: com uma forte política nacionalista Getúlio Vargas investe em estatais de infraestrutura como o Conselho Nacional do Petróleo (1938), Cia Siderúrgica Nacional (RJ) em 1941, Cia Vale do Rio Doce (1942) e a Petrobras (1953). Esta política de industrialização, associada a um elevado êxodo rural causa o aumento da urbanização do país, fazendo com que passe de um país agroexportador a um país urbano-industrial.
Na década de 1950, o Brasil passou por significativo desenvolvimento econômico, mas ainda apresentava problemas para estabelecer novas instalações industriais, como a falta de energia e a necessidade de melhoria dos meios de transportes para atender à demanda da crescente economia. Também nesta década houve a expansão de outras indústrias (artefatos de couro e borracha, material elétrico e metalúrgica leve). Também nesta década Juscelino Kubitscheck instaurou uma política desenvolvimentista (50 anos em 5) conhecida como Plano de Metas, que se baseavam na ampliação da infraestrutura básica de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e das rodovias que dependia de investimentos e empréstimos obtidos do FMI e outras instituições internacionais. Essa industrialização não proporcionou um verdadeiro crescimento econômico uma vez que apenas permitiu e facilitou a entrada de empresas estrangeiras que remetiam seus lucros para as matrizes em seus países de origem.
Na década de 1970 aconteceu o “milagre brasileiro” com o maior endividamento de nosso país. Nessa época 75% das empresas do país concentravam-se no Sudeste, mas, começa um processo de migração de indústrias para outras regiões do país, pois, há menos impostos, salários mais baixos e menor pressão dos sindicatos, além da “guerra fiscal” (disputa para quem vai cobrar menos impostos para empresas que vão instalar-se nestes novos locais, além de oferecer infraestrutura, terrenos e equipamentos públicos).
d.        Panorama atual:
Apesar do Brasil ser considerado um país industrializado, tornou-se uma economia frágil em razão da dependência financeira e tecnológica perante as empresas transacionais instaladas no país.
Com a desconcentração industrial iniciada na década de 1970 e intensificado a partir da década de 1990, assim está distribuída a produção industrial no país:
Região Nordeste: a atividade industrial predominante é a de bens de consumo (têxtil, alimentícia e de calçados) que utiliza a numerosa e barata mão de obra, o estabelecimento de usinas siderúrgicas e o Polo Industrial de Camaçari (BA)
Região Sudeste: Além de São Paulo, outro destaque é o Rio de Janeiro, segundo estado mais industrializado do Brasil (principalmente pela localização da Bacia de Campos – petróleo e o polo de metalurgia – Volta Redonda). Minas Gerais possui grandes recursos minerais metálicos favorecendo a instalação da siderurgia e metalurgia, além da eletrônica no sul do estado. Espírito Santo é o estado menos industrializado da região.
Região Sul: apresenta o segundo mais valor gerado pela indústria no Brasil. No Paraná as atividades são fortemente ligadas à transformação de produtos agrícolas e comerciais. No Rio Grande do Sul desçam-se as industriais alimentícias, calçados, tabagistas e petroquímicas. Em Santa Catarina o destaque é para a indústria de transformação de plástico.
Região Norte: a industrialização ocorre praticamente na Zona Franca de Manaus, composta de empresas responsáveis pela montagem de aparelhos eletrônicos, motocicletas e de outros produtos.
Região Centro-Oeste: Goiás é o destaque industrial pela agroindústria, farmacêutica e mineração.
Tecnopolos
A partir da década de 1970, surgiu uma nova forma de organização espacial da indústria, tanto em países desenvolvidos como subdesenvolvidos: os Tecnopolos, também chamados no Brasil de Centros de Alta Tecnologia. Trata-se de polos que concentram atividades industriais de alta tecnologia – como telecomunicações, aeroespacial, informática e biotecnologia -, junto a universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento.

Os tecnopolos recebem apoio de órgãos do governo e funcionam como verdadeiros centros de produção de conhecimento e tecnologia. Alguns municípios brasileiros que se caracterizam como tecnopolos são: Santa Maria (RS), Joinville (SC), Manaus (AM), Campina Grande (PB), São Carlos (SP), Campinas (SP) e São José dos Campos (SP).

Um comentário:

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