domingo, 4 de dezembro de 2016

Ocupação Humana do Rio Grande do Sul


Primeiros Povos:

Jês:
                Ocupavam no NE do estado, eram caçadores/coletores e praticavam roça. Também conhecidos como bugres foram praticamente exterminados com a chegada dos europeus no estado.
Pampeanos:
                Entraram no RS a mais ou menos 6 mil anos atrás. Sua língua era o quíchua. O nome deriva do tipo de vegetação. Organizavam-se em famílias.
                Eram caçadores/coletores, o principal alimento era a carne, sua principal bebida era o mate. Utilizavam como armas: a boleadeira, lança, arco e flecha.
                Sumiu pela miscigenação, pelas epidemias e pela guerra.
                Deixou como herança cultural: as palavras – china, poncho, churrasco, mate, cancha, tambo, guasca, chiripá, chasque, charque, lixiguana e pampa. Costumes – poncho, mate, churrasco e desvalorização da china.
Guaranis:
                Chegam no RS, via Argentina a mais ou menos 2000 anos atrás.
                Uma nova leva chega junto com os jesuítas na formação dos 7 povos das missões (1628, São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio).
                Praticavam a agricultura, a caça e a coleta. Aprenderam a beneficiar a erva-mate.
Desaparece do RS através de epidemias, guerras e miscigenação.

Heranças culturais: Jacuí, Gravataí, Itacolomi, Guaíba, Caí, sapucaia, tarumã, jacarandá, ipê, pitanga, araçá, goiaba, guabiroba, guabijú, jacaré, graxaim, cotia, lambari, capincho, guará, urubu, jaguar, piá, cotucar, biboca, boçoroca, jirau, mambira, Che, cuia, mandioca, amendoim, peteca, mboi-tatá, sacy...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Rio Grande do Sul: Vegetação



                Segundo Ab’Saber (1979), a origem da atual vegetação do Rio Grande do Sul remonta ao Terciário (Era Cenozoica). Para este autor, tomando como modelo de interpretação as características paleoclimáticas quaternárias para a América do Sul a vegetação atual sofre influência da última era glacial que tinha correntes marinhas mais frias atuando sobre o estado criando condições climáticas mais secas. Neste período a vegetação arbórea restringia-se a encosta sul do Planalto Basáltico (algumas partes) pois somente ali tinha umidade suficiente causada pela ocorrência das chuvas orográficas.
                Com a entrada do período interglacial atual ocorre o adensamento das matas de araucárias além de permitir a expansão das pradarias (campos) nas antigas áreas de estepes, além da expansão da mata subtropical, das matas ciliares e de galeria, incluindo a ocorrência da Mata Atlântica no litoral nordeste do estado.
                Porém, deve-se destacar que a ocupação humana é responsável pelo desmatamento de grande parte da vegetação do Rio Grande do Sul.

Rio Grande do Sul: Geologia e geomorfologia




Legenda:
Escudo Uruguaio-sul-rio-grandense:
Formado a partir da Era Pré-cambriana por rochas ígneas e metamórficas (predominantes). Tem como características forma grosseiramente triangular com vértices em Porto Alegre, São Gabriel e Viamão. As altitudes variam de 200 a 400m, com topos aplainados e vertentes dissecadas.

Depressão Periférica:
Formada a partir da Era Paleozoica por rochas sedimentares, conglomerados, arenitos e siltitos. Tem como característica ser uma depressão embutida entre o escudo e o planalto, com forma de arco. As altitudes variam entre 100 e 200m. Tem como formas dominantes as colinas côncavo-convexos de topo plano (coxilhas).

Planalto Basáltico:
Formado a partir da Era Mesozoica por rochas eruptivas, basalto predominantemente e sedimentares na base. Ocupa o centro-norte do estado com maiores altitudes a NE. É limitado por uma escarpa abrupta voltada para o oceano (escarpa de linha de falha Osório-Torres) e outra escarpa de erosão em contato com a Depressão Central.

Cuesta do Haedo:
Formado a partir da Era Mesozoica por rochas eruptivas, basalto predominantemente e sedimentares na base. Foi seccionada do Planalto pela percée formado pelo rio Ibicuí. Suas altitudes ficam em torno de 300m no leste e 80m na calha do rio Uruguai. Formas dominantes colinas e morros tabulares isolados.

Planície Litorânea:
Formada a partir da Era Cenozoica por depósitos sedimentares decorrentes de períodos de transgressão e regressão marinha. Tem terras baixas, com presença de feições colinosas, terraços, planícies fluvio-lacustres e campos de dunas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Globalização

1.       O protecionismo contemporâneo
O protecionismo econômico tem acompanhado as trocas comerciais ao longo da história. Durante o capitalismo comercial, dos séculos XVI a XVII, por exemplo, o protecionismo alfandegário marcou as relações comerciais. Tratava-se de uma política voltada para proteger o comércio, cujo o objetivo era facilitar a concorrência.
Medidas protecionistas são adotadas em diversos países e se contrapõe à valorização do livre-comércio, amplamente estimulado no contexto da globalização econômica. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, entre as medidas protecionistas adotadas, destacam-se as barreiras comerciais, as quais podem ser agrupadas em duas categorias:
·         barreiras tarifárias: referem-se ao estabelecimento das tarifas de importações e taxas diversas para a entrada de produtos em um país. A produção nacional pode ser protegida por meio de aumento das tarifas sobre a importação de produtos.
·         barreiras não tarifárias: estão relacionadas à imposição de restrições quantitativas, à obtenção de licenciamento de importação, ao cumprimento de procedimentos alfandegários, à adoção de medidas antidumping[1], subsídios[2] e medidas sanitárias e fitossanitárias[3], entre outras.
A tabela abaixo apresenta o número de medidas protecionistas e liberalizantes em 2012. Note que na maior parte dos casos o saldo indica mais medidas protecionistas.
Número de medidas protecionistas e liberalizantes: países selecionados (situação em 2012)
Países
No de medidas protecionistas
No de medidas liberalizantes
Saldo
Argentina
179
16
163
Rússia
194
73
121
EUA
129
23
106
China
102
36
66
R. Unido
90
26
64
França
87
25
62
Alemanha
85
28
57
Índia
111
55
56
Itália
75
24
51
Holanda
69
24
45
Canadá
52
15
37
Brasil
96
68
28
Japão
30
4
26
Austrália
32
14
18
México
26
15
11
Chile
6
3
3
(Fonte: FOLHA de São Paulo, ano 92, n. 30847, Caderno Mercado, 21.9.2012, p.B1.)                                                                                 
Os países desenvolvidos adotam medidas protecionistas e justificam-nas ao afirmar que o baixo custo das matérias-primas produzidas nos países subdesenvolvidos e emergentes prejudicaria seu mercado interno. No caso dos produtos agropecuários, por exemplo, a baixa competitividade, somada à livre entrada de produtos mais baratos, provocaria crises no setor agropecuário interno.
A maioria dos países subdesenvolvidos e emergentes, por sua vez, justifica a adoção de medidas protecionistas com base na baixa competitividade das suas produções industriais, já que a importação irrestrita de produto de alto valor agregado poderia levar à falência de empresas nacionais e também a redução de empregos na indústria, o que tornaria esses países cada vez mais dependentes dos países desenvolvidos, inclusive tecnologicamente.
2.      2.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Industrialização Brasileira

A industrialização brasileira é tardia ou recente, pois começa de fato só a partir do século XX, e, deve-se a fatores histórico-geográficos externos, como as guerras mundiais e as crises econômicas ocorridas.
O processo da industrialização de nosso país estabelece o seguinte processo:
a.        Período colonial: metrópole portuguesa não aceita a criação de manufaturas que devem ser importados dos Estados Unidos e da Europa, principalmente da Inglaterra., mas, em 1850 existiam duas fábricas de tecido, 10 de alimentos, duas de caixas e caixões, cinco metalúrgicas e sete químicas.
b.        1865 a 1888: acontece o primeiro surto industrial financiado pelos cafeicultores, principalmente no estado de São Paulo, aproveitando a abolição da escravatura e da vinda de migrantes europeus (aumento do mercado consumidor e da mão de obra), com o desenvolvimento da indústria têxtil, calçados, bebidas entre outras.
c.        Século XX: durante a Primeira Guerra Mundial as potências dirigem sua produção para a indústria bélica, possibilitando ao Brasil (e outros países subdesenvolvidos) a produzir bens necessários para seu mercado interno e alguma exportação até o final do conflito.
A partir de 1919/1920 são instaladas no país diversas empresas montadoras de veículos (Ford, Fiat, Alfa-Romeu...)
De 1930 a 1953: com uma forte política nacionalista Getúlio Vargas investe em estatais de infraestrutura como o Conselho Nacional do Petróleo (1938), Cia Siderúrgica Nacional (RJ) em 1941, Cia Vale do Rio Doce (1942) e a Petrobras (1953). Esta política de industrialização, associada a um elevado êxodo rural causa o aumento da urbanização do país, fazendo com que passe de um país agroexportador a um país urbano-industrial.
Na década de 1950, o Brasil passou por significativo desenvolvimento econômico, mas ainda apresentava problemas para estabelecer novas instalações industriais, como a falta de energia e a necessidade de melhoria dos meios de transportes para atender à demanda da crescente economia. Também nesta década houve a expansão de outras indústrias (artefatos de couro e borracha, material elétrico e metalúrgica leve). Também nesta década Juscelino Kubitscheck instaurou uma política desenvolvimentista (50 anos em 5) conhecida como Plano de Metas, que se baseavam na ampliação da infraestrutura básica de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e das rodovias que dependia de investimentos e empréstimos obtidos do FMI e outras instituições internacionais. Essa industrialização não proporcionou um verdadeiro crescimento econômico uma vez que apenas permitiu e facilitou a entrada de empresas estrangeiras que remetiam seus lucros para as matrizes em seus países de origem.
Na década de 1970 aconteceu o “milagre brasileiro” com o maior endividamento de nosso país. Nessa época 75% das empresas do país concentravam-se no Sudeste, mas, começa um processo de migração de indústrias para outras regiões do país, pois, há menos impostos, salários mais baixos e menor pressão dos sindicatos, além da “guerra fiscal” (disputa para quem vai cobrar menos impostos para empresas que vão instalar-se nestes novos locais, além de oferecer infraestrutura, terrenos e equipamentos públicos).
d.        Panorama atual:
Apesar do Brasil ser considerado um país industrializado, tornou-se uma economia frágil em razão da dependência financeira e tecnológica perante as empresas transacionais instaladas no país.
Com a desconcentração industrial iniciada na década de 1970 e intensificado a partir da década de 1990, assim está distribuída a produção industrial no país:
Região Nordeste: a atividade industrial predominante é a de bens de consumo (têxtil, alimentícia e de calçados) que utiliza a numerosa e barata mão de obra, o estabelecimento de usinas siderúrgicas e o Polo Industrial de Camaçari (BA)
Região Sudeste: Além de São Paulo, outro destaque é o Rio de Janeiro, segundo estado mais industrializado do Brasil (principalmente pela localização da Bacia de Campos – petróleo e o polo de metalurgia – Volta Redonda). Minas Gerais possui grandes recursos minerais metálicos favorecendo a instalação da siderurgia e metalurgia, além da eletrônica no sul do estado. Espírito Santo é o estado menos industrializado da região.
Região Sul: apresenta o segundo mais valor gerado pela indústria no Brasil. No Paraná as atividades são fortemente ligadas à transformação de produtos agrícolas e comerciais. No Rio Grande do Sul desçam-se as industriais alimentícias, calçados, tabagistas e petroquímicas. Em Santa Catarina o destaque é para a indústria de transformação de plástico.
Região Norte: a industrialização ocorre praticamente na Zona Franca de Manaus, composta de empresas responsáveis pela montagem de aparelhos eletrônicos, motocicletas e de outros produtos.
Região Centro-Oeste: Goiás é o destaque industrial pela agroindústria, farmacêutica e mineração.
Tecnopolos
A partir da década de 1970, surgiu uma nova forma de organização espacial da indústria, tanto em países desenvolvidos como subdesenvolvidos: os Tecnopolos, também chamados no Brasil de Centros de Alta Tecnologia. Trata-se de polos que concentram atividades industriais de alta tecnologia – como telecomunicações, aeroespacial, informática e biotecnologia -, junto a universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento.

Os tecnopolos recebem apoio de órgãos do governo e funcionam como verdadeiros centros de produção de conhecimento e tecnologia. Alguns municípios brasileiros que se caracterizam como tecnopolos são: Santa Maria (RS), Joinville (SC), Manaus (AM), Campina Grande (PB), São Carlos (SP), Campinas (SP) e São José dos Campos (SP).

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Brasil: agricultura e pecuária


1.       Produção agropecuária no ciclo do açúcar
Ocupação portuguesa no sec. XVI baseou-se no sistema de Capitanias Hereditárias na faixa litorânea do Nordeste com o extrativismo vegetal (pau-brasil) e a cana-de-açúcar; utilizando a mão de obra escrava, primeiro dos índios e após africanos. No Agreste produziam-se alimentos e no Sertão criava-se gado (carne, couro e força motriz).
2.       Produção agropecuária no ciclo do ouro
Com a descoberta de ouro e pedras preciosas no atual estado de Minas Gerais o governo português deixou de lado a produção de cana-de-açúcar e de alimentos. Para levar estes gêneros às minas, criou-se uma nova profissão: os Tropeiros, que na sua rota deram origem a diversos núcleos urbanos, bem como a produção dos gêneros alimentícios deslocaram para outros locais como o Centro-Oeste e a produção de mulas e couro no Rio Grande do Sul.
3.       Produção agropecuária no ciclo do café:
O cultivo do café começou no Rio de Janeiro no sec. XIX e logo estendeu-se para MG, ES e SP. No princípio foi desenvolvida no sistema de plantation com a utilização de mão de obra escrava. Com a Lei Áurea, foi incentivada a vinda de colonos europeus, sobretudo alemães e italianos, para substituir o trabalho escravo, o que, devido a baixa qualidade de vida e o trabalho praticamente escravo destes colonos, os governos da Itália e Alemanha proibiram a vinda de mais colonos para o Sudeste brasileiro, só permitindo a vinda dos mesmos, muito tempo depois, apenas para a Região Sul, já que receberam propriedades para ocupar esta região.
Também no início do sec. XIX desenvolveu-se a extração de borracha na Amazônia, que chegou a representar 80% da produção mundial.
4.       Agricultura comercial
No sec. XX, o Brasil se insere na Segunda Revolução Industrial e, paralelamente, desenvolve-se a agricultura comercial moderna (uso de novas tecnologias e equipamentos) e começa a surgir o agronegócio (ou agrobusiness ou ainda agropecuária capitalista) com a produção intensa e a propriedade das terras por empresas rurais. Como exemplo dessa nova agricultura pode-se citar: soja, café, carne, arroz e suco entre outros.
Segundo a FAO, em 2010, o Brasil estava entre os maiores produtores de feijão, milho, mandioca e o maior produtor mundial de álcool combustível.
5.       Estrutura fundiária
 
6.       Reforma agrária e movimentos sociais rurais
Em 1970 foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), tido como uma contradição uma vez que o governo militar da época só incentivou culturas de exportações e a migração para a Amazônia em vez de tratar da reforma da estrutura fundiária do país, favorecendo apenas aos latifundiários do país. Em 1987 o INCRA foi extinto e reaberto pelo Congresso Nacional em 1989.
A partir da década de 1950 surgiram movimentos sociais rurais que contestam as desigualdades sociais e a concentração de terras no país como as Ligas Camponesas no Nordeste e atualmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Em 1960 esses movimentos ganharam força e foram apoiados pelo presidente João Goulart o que foi um dos motivos para o golpe militar de 1964.
No Brasil, a reforma agrária é uma intervenção do Estado na propriedade privada, por meio da desapropriação e da indenização (Constituição Federal, 1988). Só podem ser desapropriadas propriedades rurais que não alcançam um mínimo de rendimento por hectare, variável por estado ou região.
7.       Glossário
Estrutura Fundiária: tamanho da propriedade rural que pode ser pequena, média ou grande.
Terra improdutiva: terras que não produzem o mínimo exigido para o estado ou região.
Sesmaria: regime em que o sesmeiro tinha o direito de posse e o dever de produzir nas terras da coroa, em troca do pagamento de impostos sobre a produção.
Terra devoluta: terra pública localizada nas faixas de fronteira e do Distrito Federal e às quais  não se aplica qualquer uso público (federal, estadual e municipal) ou que não se encontram, por título legítimo, na posse ou domínio particular de alguém.
Fronteira agropecuária: limite entre as  terras ocupadas economicamente e as que estão em processo de ocupação.
Grileiro: pessoa que, sem possuir documentação legal de terras alheias (públicas e provadas) consegue a posse de terras por meio de falsas escrituras de propriedade.
Posseiro: pequeno agricultor que tem a posse de pequenas áreas de terras devolutas ou improdutivas, mas nãopossui título da terra.
Commodity agropecuária: mercadoria agropecuária, isto é, produto agropecuário comercializado mundialmente, geralmente em bolsas de mercadorias.
Assentamento: refere-se não só a regularização da posse ou propriedade da terra a trabalhadores rurais, mas também à implantação de um conjunto de instrumentos e equipamentos necessários à produção rural.